A Literatura como Patrimônio Histórico e Cultural Imaterial

Edição nº. 1 * Abril de 2020

Renata Dal-Bó

A literatura é parte integrante do patrimônio cultural imaterial de uma cidade, estado ou país. Além disso, tem uma importante relevância na geração do sentimento de identidade e continuidade de um povo, contribuindo para promover o respeito à diversidade cultural e à criatividade humana. 
Mas afinal, o que é um patrimônio histórico imaterial? Segundo informações do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), os bens culturais de natureza imaterial dizem respeito àquelas práticas e domínios da vida social que se manifestam em saberes, ofícios e modos de fazer; celebrações; formas de expressão cênicas, plásticas, musicais ou lúdicas; e nos lugares (como mercados, feiras e santuários que abrigam práticas culturais coletivas).
Tomemos como exemplo as crônicas que os jornalistas e escritores publicam nos periódicos. Hoje talvez, damos pouca importância aos fatos do cotidiano relatados nelas. No entanto, são de imensa relevância como registro de uma época. Muitas das histórias que conhecemos de tempos passados são contadas por meio da literatura, que através dos romances, crônicas, contos, poemas, fazem a reconstituição de um período da história. Através da ficção, os escritores narram como as pessoas vivem, como são seus hábitos, costumes, ideias e sentimentos, transmitindo conhecimentos e retratando a relação entre os humanos e a sociedade. Textos literários escritos há mais de um século continuam ecoando, fazendo com que as histórias, neles contadas, permaneçam no seu processo evolutivo. 
A literatura tem trazido à tona o que a história oficial, muitas vezes, faz questão de apagar. Em verso e prosa, o escritor diz o indizível, dá voz às minorias, sendo fiel aos anônimos, cujas narrativas tecem a imaginação e o universo de nossas marcas simbólicas.

Renata Marques de Avellar Dal-Bó
Jornalista e escritora. Graduada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pós-graduada em Língua Inglesa e mestre em Ciências da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Mora em Tubarão, SC, onde há oito anos possui uma coluna semanal de crônicas no Jornal Diário do Sul. Presidente coordenadora da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil (AJEB) – coordenadoria de Santa Catarina, e membro e assessora cultural da Academia Tubaronense de Letras (Acatul). Apresentadora do programa Bate-Papo Literário na Unisul TV, que tem como objetivo divulgar e incentivar a literatura e os autores locais. Em 2015, lançou seu primeiro livro “Histórias, Sonhos e Imaginação”, uma coletânea de suas crônicas publicadas no jornal. Em 2018, lançou seu segundo livro “Para ti”, que são crônicas de memórias sobre suas viagens em família. Participou de várias coletâneas, entre elas as da AJEB “Palavras 2018” e “Palavras 2019”. Em 2019, organizou a primeira antologia da AJEB-SC “A Arte do Encontro pela Palavra”.

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