As aventuras do sofá mágico

A Autora com sua filha.
Noite fria de inverno, Laís, uma estudante do 3º ano do Ensino Fundamental acaba de chegar em casa. 
Depois de um dia muito agitado, entre idas e vindas, da escola ao balé, se encontra agora, sentada no sofá da sala, ao lado de sua mãe.
Laís é uma menina muito esperta, tem lindos cabelos cacheados e gosta muito de inventar histórias, vive no mundo da fantasia. Às vezes parece distraída e é também, um pouco esquecida.
A mãe, professora Sabrina também teve um dia bastante desgastante. Conhecida como Bina por seus alunos é uma mulher bonita, aparenta ser mais jovem, pois está sempre sorrindo, inteligente e muito animada.
Agora ambas estão ali, lado a lado, no sofá cinza da sala. É um sofá grande, caberia facilmente umas seis pessoas, mas elas estão amontoadas no cantinho, como se o mundo fosse somente delas.
Na sala há um aparelho de televisão que se encontra, geralmente, desligado. Elas até gostam de assistir alguns programas, mas hoje não.
Hoje é quarta-feira, um dia especial na semana de mãe e filha. É o dia em que elas chamam de “dia da fantasia”!
Não, não, elas não estão prestes a trocar de roupas e desfilar de um lado para outro. 
O dia da fantasia é um dia muito especial. É o dia em que elas imaginam e escrevem histórias.
Numa dessas histórias, elas imaginaram que o sofá era mágico e podia se transformar em coisas bem legais. 
Nesse momento, o sofá se transformou numa nuvem grande e muito cinza. Era uma nuvem cheia de água, estava prestes a chover... E elas pisavam sobre a nuvem e às vezes mergulhavam dentro dela. Uma água bem gelada!
— Mãe, mãe, posso tomar banho de nuvem?
— Pode, mas não vá se molhar – disse a mãe fazendo piada.
— Ei, mas como pode isso? – disse Laís um pouco indignada.
Elas se olharam, deram uma gargalhada e pularam na nuvem...
Foi água para todo o lado. Nadavam para cá, nadavam para lá... e para todo o lado. E novamente tornavam a mergulhar.
A brincadeira estava muito divertida, quando de repente ouviram um barulho de trovão, e alguém gritou: 
— O que vocês estão fazendo, estão no mundo da Lua? – Parecia uma voz conhecida, vindo de algum lugar, mas elas não queriam voltar a realidade.
Nessa hora, um raio saiu tão forte que rasgou a grande nuvem.
A nuvem começou a esvaziar, feito uma piscina e a água começou a cair feito chuva.
Era chuva, muita chuva...
E elas caíram na nuvem, parando direto no chão.
Sim, elas caíram, mas não se machucaram, pois, imaginação não dói. 
Caíram na gargalhada quando viram que havia um homem de pé, ao lado do sofá, com a cara fechada, sem entender nada e querendo saber o que elas estavam fazendo atiradas no tapete da sala. 
Foi nesse momento que elas identificam a voz antes desconhecida, era o pai se Laís que havia chegado do trabalho. Seu nome era Matheo, um policial aposentado, que passava os dias dedicando seu tempo à suas duas paixões: motos e sua coleção de miniaturas.
— Desculpa meninas, não queria acabar com toda a brincadeira – disse ele.
— Fica tranquilo papai, haverá outras quartas-feiras – disse Laís muito feliz.


Cheiene Damázio Uggioni
Catarinense, professora (geógrafa) e autora do livro “Poetizando no ócio”. Membro da AJEBSC e da ALBSC-Criciúma. Participa dos projetos ComPar Poesias e Frutos da Poesia. Instagram @poetizando.no.ocio 

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