Braços vazios

Mariany Goncho

Na tarde morna de dezembro,
debaixo do guarda-sol,
na beirinha do mar, eu me lembro,
teus braços me enlaçavam,
em tua maneira calada de amar...
Sentia-me, assim, protegida
por completo e ali mantida,
nada ou ninguém no mundo
me perturbava, nem por um segundo!
Gaivotas brancas, contraste belo
com o azul do mar e o sol, tão amarelo,
areia branca e quente
trazia toda a certeza
de nosso amor, tão ardente!
Eu também te abraçava,
te beijava de leve e corria
para aquelas águas tão calmas
e te chamando, sorria!...

Ah! Quando me vejo agora
na beira do mesmo mar,
as lembranças me escorrem dos olhos,
conjugando o verbo amar...
E olhando para o horizonte,
de uma cor estonteante,
percebo, ao cruzar meus braços,
sentindo-os assim tão frios,
que eles já não são laços!
Meus braços estão vazios!...

Poesia premiada e publicada no concurso da Editora Becalete, Poesia Premiada 2
Anthologie Poetique, segundo lugar, em nível nacional.


Mariany Goncho 
É Paulista de nascimento, catarinense de coração. Formada em Letras e Literatura. Ama a música e as letras, em prosa ou verso. É autobiográfica em seus rabiscos. Completou 70 anos, tem Parkinson, mas não deixa que a doença atrapalhe sua vida.

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