Escrever? Para quê? Para quem?

Por Natália Tamara
Imagem: segredosdomundo.r7.com/

As palavras se perdem neste mundo de impostores afetivos, os guardiões do amor estão feridos gravemente, a esperança de tempos melhores, de sorrisos verdadeiros é igual uma mínima gota de orvalho que se perde em denso nevoeiro. O mundo não está mais azul, ele definha dia após noite, cada vez mais cinza. Somos reféns do capitalismo, do terrorismo maquiavélico que manipula nossas ações, o mundo virou uma roleta russa, um leilão implacável do quem dá mais...
Escrever? Para quê? Para quem? Se as modinhas da TV são mais interessantes, os bares estão cheios, mas não como antes, hoje eles vendem garrafas cheias para mentes vazias, as baladinhas vulgares das madrugadas estão abarrotadas de indivíduos perdidos, carentes, implorado por um beijo, ou apostando quem beija mais! Caro Leo Buscaglia sua teoria sobre compreender melhor a vida e o amor é interessante, porém a prática da mesma jamais consegui, visualizar, nem mesmo pelos seus seguidores e fiéis leitores.
Escrever? Para quê? Para quem? Eu tenho sede, é uma sede insaciável... Pensamentos argumentadores germinam a todo instante, neste meu cérebro inquieto. Caro Goethe, sinto em constante alarde em minhas veias todas as dores do Jovem Werther; toda exaltação romântica que me foi ofertada pelos deuses, não tem valor neste novo mundo o qual vivemos. O que herdei de Eros talvez não tenha tanta valia; ou seja, tratado hoje como um simples assunto de lógica, um negócio racional para sobreviver. Jamais fui a mesma, depois que cruzei com Medusa e o Basilisco.
Escrever? Para quê? Para quem? A família se perdeu em um labirinto imensurável, elos fraternais mantêm acesa uma pequena chama neste espírito debilitado. Porém devo confessar que pertenço à classe dos Centauros e estou em alerta total; o acampamento meio sangue está em perigo e já não posso afirmar que iremos vencer. São tempos difíceis, já não se consegue apreciar o vôo do tordo no céu anil, estou enfraquecendo a cada segundo, devo pegar o Expresso para Hogwarts e lá encontrar uma porção suicida, talvez seja necessário sair de cena antes do fim. Escrever? Para quê? Para quem...?


Natália Tamara
Cerqueira da Silva, nascida aos 20 de dezembro em Saúde –BA, Amante das artes, apaixonada por Literatura devota da Poesia.Técnica em Segurança do Trabalho (FIESC SENAI), Graduanda em Letras, Língua Portuguesa e Literaturas (UNEB), Coordenadora de Cultura do Município de Sáude-BA, Diretora do Grupo de Teatro Cultura em Movimento. Participante da Antologia Natal com Poesia 2019, pela Biblio Editora. Participante da Antologia Nacional O Amor Bate na Aorta 2020, pela Editora Versejar.Participante da Antologia: Coletânea 50 Vozes do Brasil V. 02 (Biblio Editora).

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