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Mostrando postagens de abril, 2020

Pandemia, cultura e a valorização do sensível

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Por Andressa Batista e Emilly Lamarão Imagem: s2.glbimg.com Vivemos um período caótico no mundo passando por uma crise, sem precedentes, movida pela pandemia da Covid-19. A necessidade do distanciamento social, na tentativa de salvar vidas, trouxe também um reflexo na economia atingindo diversos setores, bem como um grande impacto financeiro e social, que nenhum de nós se preparou, devidamente para isso. Todos já sabemos, mas como os setores sobreviverão a esse grande impacto? Como sobreviverão, em especial, os setores que já tinham grandes gargalos para serem vencidos?  O campo da Cultura sempre esteve em uma posição delicada nesse país. Os poucos períodos em que o extinto Ministério da Cultura (MINC) atuou foram marcados por iniciativas válidas, mas, com pouco fôlego de sobrevivência, a observarmos agora, a inexistência de ações no que tange ao Fundo Nacional de Cultura (FNC), por exemplo. O fato é que o campo das artes sempre correu, muito, atrás de oxigênio para sobrev

Lançamento do livro POESIA QUE TRANSFORMA

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Canal: Bráulio Bessa

As organizações de africanos e seus descendentes durante a escravidão e o pós-Abolição

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Por Júlio César da Rosa Imagem: Imagem: pt.wikipedia.org As irmandades leigas, segundo bibliografia especializada, são “originárias das antigas corporações de ofício medievais, sejam na metrópole, África ou Brasil, as Irmandades e Ordens Terceiras disseminaram-se pelos vastos territórios do Império Português” (SIMÃO, 2008, p. 24). Segundo esta mesma tradição historiográfica, a primeira dessas confrarias, denominada Irmandade do Rosário surgiu no Brasil em Recife, no ano de 1552 e, no intervalo de seis anos, aparecia sua coirmã em Olinda. Será “entre os anos de 1750 e 1850, em que estas associações religiosas viveram seu grande apogeu; encontramos distribuídas pelo país, mais de uma centena de irmandades de cativos, forros e livres, fossem eles negros, mulatos ou pardos” (MULLER, 2013, p. 27). Estas são umas das formas de organização coletiva das populações de origem africana e de seus descendentes. Os seus objetivos eram proporcionar auxílio para seus associados como a compr

Adornos

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Por Rita Coruripe Imagem: brendonaugusto.com.br Os dedos estão nus. Anéis repousam em suas bonitas caixas... Fica a questão: O que de fato tem maior valor? Anéis inertes, ou dedos livres de um vírus malfeitor? Nestes dias sombrios, repletos de medo, os adornos mais valiosos, são os que o dinheiro não pode comprar. É rico quem com a alma enfeitada está: de amor, empatia e solidariedade, são estes adornos que importam de verdade. A intenção é a prevenção, vidas estão em jogo, não interessa se a pessoa é rica ou se não tem um tostão. Mas, todos nós já ouvimos os mais velhos dizerem: “ficam os dedos... vão-se os anéis”. Ao menos assim, é que deve ser. Fique em casa, seja rico, a nossa maior fortuna... É “viver”! Rita Coruripe De Maceió, Al; Gestora de RH; estudante de Jornalismo e Escritora por paixão e atrevimento.

Escrever? Para quê? Para quem?

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Por Natália Tamara Imagem: segredosdomundo.r7.com/ As palavras se perdem neste mundo de impostores afetivos, os guardiões do amor estão feridos gravemente, a esperança de tempos melhores, de sorrisos verdadeiros é igual uma mínima gota de orvalho que se perde em denso nevoeiro. O mundo não está mais azul, ele definha dia após noite, cada vez mais cinza. Somos reféns do capitalismo, do terrorismo maquiavélico que manipula nossas ações, o mundo virou uma roleta russa, um leilão implacável do quem dá mais... Escrever? Para quê? Para quem? Se as modinhas da TV são mais interessantes, os bares estão cheios, mas não como antes, hoje eles vendem garrafas cheias para mentes vazias, as baladinhas vulgares das madrugadas estão abarrotadas de indivíduos perdidos, carentes, implorado por um beijo, ou apostando quem beija mais! Caro Leo Buscaglia sua teoria sobre compreender melhor a vida e o amor é interessante, porém a prática da mesma jamais consegui, visualizar, nem mesmo pelos seus s

Não basta amar os filhos, é preciso também gostar deles

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Por Denise Caramori Imagem i1.wp.com/maepop.com.br Uma das mais maravilhosas surpresas de uma mãe e um pai é descobrir o enorme prazer de deixar que seu filho seja criança, até mesmo um monstrinho de vez em quando, e quando ele cresce; deixar que ele seja ele mesmo. Amor e acolhimento para com os filhos? Sim, isto é possível, e eles não precisam mudar para que nós os amemos, precisamos apenas respeitar quem e o que são; respeitar nossos filhos como eles são, corrigindo-os e educando-os no amor e como escreveu Khalil Gibran, no seu livro - O profeta: “Vossos filhos vêm através de vós, e não de vós, e embora estejam junto de vós, não vos pertencem. Podei doar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos, pois eles têm seus próprios pensamentos...”  Rir com eles das piadas mais bobas, e mostrar-se compreensivo com as suas dificuldades. Sim, seja bobo, faça careta, corra e ria. Não existe melhor brinquedo educacional para seu filho do que você mesmo, e o único que é adequado para t

Documentário Belchior: da consagração à vida reclusa

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Canal: Reinaldo Barreto

As aventuras do sofá mágico

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A Autora com sua filha. Noite fria de inverno, Laís, uma estudante do 3º ano do Ensino Fundamental acaba de chegar em casa.  Depois de um dia muito agitado, entre idas e vindas, da escola ao balé, se encontra agora, sentada no sofá da sala, ao lado de sua mãe. Laís é uma menina muito esperta, tem lindos cabelos cacheados e gosta muito de inventar histórias, vive no mundo da fantasia. Às vezes parece distraída e é também, um pouco esquecida. A mãe, professora Sabrina também teve um dia bastante desgastante. Conhecida como Bina por seus alunos é uma mulher bonita, aparenta ser mais jovem, pois está sempre sorrindo, inteligente e muito animada. Agora ambas estão ali, lado a lado, no sofá cinza da sala. É um sofá grande, caberia facilmente umas seis pessoas, mas elas estão amontoadas no cantinho, como se o mundo fosse somente delas. Na sala há um aparelho de televisão que se encontra, geralmente, desligado. Elas até gostam de assistir alguns programas, mas hoje não. Hoje é

Os princípios da ciência aplicados à existência para uma vida consciente

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Por Roberto Marchiori Imagem: olivialanaeducacao.eadplataforma.com Qual o significado e a importância dados hoje à palavra “consciência”? Ela dirige realmente a vida dos seres humanos? Mas afinal, tentar seguir a própria consciência é necessário, ou o sentido da vida é perseguir sucesso, dinheiro, poder? Quais as consequências de uma vida que não esteja em simbiose com a Natureza e com a sociedade? Essas perguntas simples são mesmo necessárias?  Analisando esses dilemas, alguns de nós podem perceber, com certa perplexidade, que há uma grande probabilidade que essas perguntas tão essenciais não sejam tão “essenciais” para maioria das pessoas. As religiões indicam um caminho consciente baseado no respeito e no amor. Se baseando no comportamento humano na sociedade, a influência das religiões nas pessoas não parece ser suficiente. E a pergunta espontânea se torna a seguinte: Porque a religião não parece ter influência suficiente? A religião, qualquer que seja, tem um pressupo

Braços vazios

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Mariany Goncho Na tarde morna de dezembro, debaixo do guarda-sol, na beirinha do mar, eu me lembro, teus braços me enlaçavam, em tua maneira calada de amar... Sentia-me, assim, protegida por completo e ali mantida, nada ou ninguém no mundo me perturbava, nem por um segundo! Gaivotas brancas, contraste belo com o azul do mar e o sol, tão amarelo, areia branca e quente trazia toda a certeza de nosso amor, tão ardente! Eu também te abraçava, te beijava de leve e corria para aquelas águas tão calmas e te chamando, sorria!... Ah! Quando me vejo agora na beira do mesmo mar, as lembranças me escorrem dos olhos, conjugando o verbo amar... E olhando para o horizonte, de uma cor estonteante, percebo, ao cruzar meus braços, sentindo-os assim tão frios, que eles já não são laços! Meus braços estão vazios!... Poesia premiada e publicada no concurso da Editora Becalete, Poesia Premiada 2 Anthologie Poetique, segundo lugar, em nível nacional. Mariany Goncho  É

Cinema #O Poço

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Por Cheiene Imagem: Divulgação. O Poço é, sem dúvida, o longa metragem mais comentado do mês. Alguns odiaram, outros amaram e muitos não entenderam. Já virou meme, jogo virtual e é um dos filmes mais vistos no momento. O Poço, de maneira abstrata, retrata as diferenças políticas e a estrutura socioeconômica; uma batalha voluntária e solitária por equidade social no mundo dos egoístas. É uma metáfora, com toque de terror, sobre o sistema capitalista que fica evidente já nos primeiros minutos do filme com a frase “Existem três tipos de pessoas: as de cima; as de baixo; e, as que caem” proferida pelo companheiro de cela Trimagasi (Zorion Eguileor), um ancião que foi preso pelo homicídio de um pedestre. Aqui, mais uma vez, aparece referência ao capitalismo quando Trimagasi explica que, acidentalmente, jogou a televisão pela janela atingindo um inocente, motivado apenas pela fúria, fruto do seu sentimento de obsolescência frente a um item comercializado por programa de TV. Protagoniz

Entrevista #1 - Bráulio Bessa

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Por Rogério Fernandes Lemes Foto: Enviada pelo artista. Poeta Bráulio Bessa seja muito bem-vindo à primeira edição do Jornal daBiblio , um periódico mensal, gratuito e digital. Sou Rogério Fernandes Lemes e, há um bom tempo, acompanho seu trabalho na grande mídia e acredito que sua gentileza em nos conceder esta entrevista terá grande importância entre nossos autores e leitores por todo o Brasil e em mais 16 países, entre eles México, Chile, Argentina, Moçambique, Paris e Suíça. 1. Pois bem! Quem é Bráulio Bessa? Resp.: Bráulio Bessa é um comedor de rapadura; um comedor de cuscuz do Alto Santo Sertão, interior do Ceará, ali da Rua dos Alípio, mais conhecido como “beiço do rio”; filho de Ana Lídia e de Evaristo; neto de seo Dedé sapateiro e de dona Maria. Essa é forma como se apresenta no interior né? É dizendo de quem é filho, de quem é neto, onde mora e, além disso eu sou um sonhador, sou um romântico, sou menino atrevido ainda, sempre fui muito atrevido, muito sonhador

Três anos sem Belchior

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Por Rogério Fernandes Lemes Imagem: mundolivrefm.com.br Nascimento: 26 de outubro de 1946 em Sobral, Ceará | Falecimento: 30 de abril de 2017 em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul Três anos sem Antonio Carlos Belchior, o nosso eterno Belchior. Um dos maiores cantores e compositores brasileiros. Músico, Produtor, Artista Plástico e Professor. No dia 30 de abril de 2017 o Brasil se despedia do rapaz latino-americano, sem um centavo no bolso, mas que tinha um interesse muito peculiar: amar e mudar as coisas. Aos 70 anos Bel, como é chamado por uma legião de seguidores, faleceu na cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, onde viveu seus últimos anos de vida. Certamente Belchior será cantado por muitas e muitas gerações. Para os fãs, assim como eu, preparamos uma playlist com seus 14 maiores sucessos. Para facilitar a localização nos discos, bem como o ano em que foram lançados organizamos da seguinte forma: 1. Hora do Almoço (9) Belchior 1974 : o número 9, entre parênteses, repres

O Gato Preto, de Edgar Allan Poe

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Canal: O Covil de Jack

Rubem Fonseca

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Romancista Falecimento: 15 de abril de 2020, Rio de Janeiro (RJ)

Moraes Moreira

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Cantor Falecimento: 13 de abril de 2020, Rio de Janeiro (RJ)

Cláudia Telles

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Cantora Falecimento: 21 de fevereiro de 2020, Rio  de Janeiro (RJ)

Zé do Caixão

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Cineasta, ator, roteirista e apresentador de televisão Falecimento: 19 de fevereiro de  2020, São Paulo (SP)

Tunai

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Cantor e compositor Falecimento: 26 de janeiro de 2020, Rio de Janeiro (RJ)

Luiz Parreiras

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Ator Falecimento: 5 de janeiro de 2020, São Caetano do Sul (SP)

I Concurso Lítero-Poético

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Capa nº. 1, Abril/2020

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Sortilégio

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Edição nº. 1 * Abril de 2020 (Foto: Kevin Gill (CC BY-SA 2.0)) Aproximar-se da origem é vestir-se de pureza; é entornar-se para o nada e ver-se verbo, ação. O portal da origem é diminuto ante à imensidão que o precede. O oposto de originar-se é compreender-se síntese, resultado de algo maior e excelso. É na origem o revés de toda palavra. Quando falo, existo para um montão de coisas, tão ensoberbadas que transgridem a lógica primeira. Sou tão coisa toda vez que me vejo alguma coisa. Em disparada rumo ao nada, que me espera, Invento ser qualquer coisa, ignoto, soberbo, despido de compreensão de que, vestir-se de pureza, é aproximar-me da origem de quem sou: coisa nenhuma, além do belo e do eterno em eterna conexão com tudo, com todos, com as coisas em disparada rumo ao nada; resultado de algo maior, excelso. Esse sou eu, na origem de tudo: coisa alguma além do silêncio cheio de nada e um magistral vazio. Eis o encanto da dádiva humana. A magia de passageiras ce